miércoles, 30 de mayo de 2018

PEDRO ALVAREZ DE SOTOMAYOR Y COLON CORSARIO AÑO 1476 Y 1477 CRONICA RUI DE PINA.

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    De como romperam as batalhas, e as do Príncipe venceram as d´El- Rei D. Fernando, e a d'El Rei D. Fernando venceu a d´El- Rei D. Afonso, que se recolheu a Crasto Nunho, e do mais que se seguiu até fim da batalha

    E postas e ordenadas com espantosa vista as azes de uma parte e da outra para encontrar, sendo já casi sol posto, El-Rei mandou dizer ao Príncipe que com sua benção rompesse logo, o qual por lhe obedecer e cumprir o que tanto desejava, depois de em ambas as batalhas se fazer pelas trombetas sinal de batalha, elle e assi seus capitães com singular destreza e maravilhoso esforço, deram assi rijamente nas batalhas contrairás, que nem podendo ellas soffrer nem resistir tanta força, logo uma após outra foram desbaratadas e postas em fugida. 

   E para aquella hora ante da peleja deu o Príncipe á sua gente por apellido S. Jorge e S. Christovâo, S. Jorge por padroeiro de Portugal, e S. Christovâo por devoção de Jorge Corrêa, commendador do Pinheiro, que na mesma hora lh'o lembrou ; era alferes do Príncipe que levava sua bandeira Lourenço de Faria, homem fidalgo, que n'este dia e em todo los outros por sua obediência e esforço o fez como bom cavalleiro, e o Príncipe por tal o reconheceu sem pre.

    E assi como as batalhas do Príncipe no desbarato fizeram a estas d'El Rei D. Fernando, assi a batalha grande d'El-Rei D. Fernando fez na d'El-Rei D. Affonso, que sem alguma força nem resistência a rompeu logo, e destroçou com damno e mortes de muitos, e não foi sem causa ser assi, porque na batalha do Principe era a frol dos fidalgos e nobre gente de Portugal, que falleceram n'esta d'El-Rei D. Affonso, e mais na batalha d'El-Rei D. Fernando vinha muita e mui grossa gente d'armas eucubertados, além dos ginetes, e mais lançaram diante de si uma gram soma d'espingardeiros, que ao romper fizeram com seus tiros fronteiros duvidar e enfiar os cavallos e a gente da batalha d'El-Rei D. Affonso. 

  Na qual sendo elle com sua bandeira dos dianteiros, acharamse com elle ao tempo do encontrar -mui poucos, entre os quaes eram D. Gomez de Miranda, Prior de S. Marco em Castella, e Bispo que depois foi de Lamego em Portugal. 

  E por tanto vendo-se em alguma maneira da victoria desesperado, conveio-lhe volver e procurar por sua salvação, parecendo-lhe que pois a sua batalha onde a mais força estava fora desbaratada, que a do Principe seu filho em que havia menos gente e de que não havia vista nem recado, também seria perdida. 

  Pelo qual havendo já suas cousas por chegadas ao derradeiro estremo de desaventura, vendo já diante entre si e a ponte de Touro muita gente contrairá, crendo que sem ser morto ou preso se não podia já á dita ponte recolher, foi aconselhado por Pedralvares de Souto-Maior, conde de Caminha, e por João de Porras, e por outros poucos que o sempre acompanharam, que por aquella noite se acolhesse á fortaleza de Crasto Nunho, que estava por elle, e assi o fez. 

PEDRO ALVAREZ DE SOTOMAYOR EN LA BATALLA DE TORO (II).

De como romperam as batalhas, e as do Príncipe venceram as d´El- Rei D. Fernando, e a d'El Rei D. Fernando venceu a d´El- Rei D. Afonso, que se recolheu a Crasto Nunho, e do mais que se seguiu até fim da batalha

    E postas e ordenadas com espantosa vista as azes de uma parte e da outra para encontrar, sendo já casi sol posto, El-Rei mandou dizer ao Príncipe que com sua benção rompesse logo, o qual por lhe obedecer e cumprir o que tanto desejava, depois de em ambas as batalhas se fazer pelas trombetas sinal de batalha, elle e assi seus capitães com singular destreza e maravilhoso esforço, deram assi rijamente nas batalhas contrairás, que nem podendo ellas soffrer nem resistir tanta força, logo uma após outra foram desbaratadas e postas em fugida. 

   E para aquella hora ante da peleja deu o Príncipe á sua gente por apellido S. Jorge e S. Christovâo, S. Jorge por padroeiro de Portugal, e S. Christovâo por devoção de Jorge Corrêa, commendador do Pinheiro, que na mesma hora lh'o lembrou ; era alferes do Príncipe que levava sua bandeira Lourenço de Faria, homem fidalgo, que n'este dia e em todo los outros por sua obediência e esforço o fez como bom cavalleiro, e o Príncipe por tal o reconheceu sem pre.